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Cinema / TENSO

Coringa: Todas as polêmicas em que o filme já se envolveu

A produção chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 3 de outubro

Júlia Andrade Publicado em 28/09/2019, às 09h00

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Joaquin Phoenix em Coringa - Divulgação/Warner Bros.
Joaquin Phoenix em Coringa - Divulgação/Warner Bros.

Coringa finalmente vai chegar aos cinemas na próxima quinta-feira (3), depois de tantas especulações e críticas envolvendo o enredo do filme.

Isso porque os americanos estão extremamente preocupados com o que o conteúdo violento e a figura humanizada do vilão protagonista pode incitar no público, por uma possível identificação com o personagem e transição de sua agressividade para a realidade. Em contrapartida, a WarnerBros. e o diretor Todd Phillips chegaram a se pronunciar sobre isso e negaram que o filme possa gerar ataques.

Além dessa questão, o intérprete do protagonista, Joaquin Phoenix, virou assunto na imprensa por conta de seu comportamento e a produção do filme também teve aspectos inusitados.

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Abaixo, confira todas as polêmicas que Coringa já se envolveu, antes mesmo de sua estreia:

Questão da violência

Com classificação indicativa oficializada para adultos, isso significa que o filme pode contém bastante violência, linguagem "baixa", nudez, uso de drogas e outras ações censuráveis para menores de idade.

Pela figura do Coringa ser reproduzida como um vilão mais humanizado, capaz de criar identificação ou empatia com o público, a preocupação com a violência exibida é que isso transite para a realidade e se transforme em comportamentos agressivos, revoltas ou ataques no mundo real.

Uma parte da crítica demonstrou esse receio ao confirmar o fato da imagem do protagonista se aproximar da realidade.

“Parece volátil e francamente assustador demais para se separar da violência real cometida por jovens como Arthur Fleck, de Joaquin Phoenix, na América quase todos os dias”, escreveu Leah Greenblatt, do Entertainment Weekly.

++ Já imaginou Robin Williams como Coringa? Veja 7 atores que quase deram vida ao vilão

“O filme não é mal feito nem feio de se ver, mas há um coração pequeno e arrogante no centro dele que, na melhor das hipóteses, enquadra irresponsavelmente uma fantasia familiar de poder masculino como um ato revolucionário”, comentou Emma Stefansky, do Thrillist.

Em contrapartida, a Warner Bros. emitiu um comunicado divulgado pela Entertainment Weekly em que nega que o longa incentive a violência.“Não é a intenção do filme, dos produtores nem do estúdio transformar o personagem em um herói'', descreve a carta obtida pelo portal. ''Não confunda: nem o personagem fictício de Coringa nem o filme em si endossam a violência do mundo real de qualquer tipo'',continua.

“Nossa empresa tem uma longa história de doações para vítimas de violência, incluindo Aurora [cidade que sofreu atentado em uma sessão do filme do Batman], e nas últimas semanas, nossa empresa-mãe se juntou a outros líderes empresariais para convidar os políticos a aprovar uma legislação bipartidária para lidar com essa epidemia”, completa.
“Ao mesmo tempo, a Warner Bros. acredita que uma das funções da narrativa é provocar conversas difíceis sobre questões complexas”, conclui.

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Comportamento de Joaquin Phoenix no set

O diretor Todd Phillips declarou ao The New York Times que Joaquin Phoenix até "perdeu a compostura" durante as gravações, por causa da intensidade do personagem.

De acordo com ele, o comportamento do ator em busca da perfeição foi um choque até mesmo para os seus colegas de elenco.

"No meio de uma cena, ele simplesmente saía e depois voltava", contou. "O coitado do outro ator ficava achando que o problema era ele, mas nunca era. Era ele próprio, ele simplesmente não estava sentindo", completou.

Robert DeNiro, parte do elenco de Coringa, também comentou sobre a performance do colega de produção. "Joaquin estava muito intenso no que ele estava fazendo, como deveria", relatou.

Roteiros reescritos durante as filmagens

Em entrevista à MTV, Zazie Beetz, que interpreta Sophie Dumond, interesse amoroso do Coringa, revelou que o roteiro era escrito conforme as filmagens aconteciam. “O roteiro era ótimo. Nós reescrevemos tudo enquanto filmávamos. Literalmente, nós entrávamos no trailer de Todd e a cena era escrita para a noite e então rodávamos”, disse.

“Durante a maquiagem nós decorávamos as falas e então filmávamos, e fizemos as refilmagens três semanas depois. Tínhamos que fazer tudo, porque o Joaquin perdeu muito peso e não poderíamos refilmar depois. Então nós resolvemos. Mas Todd fazia as coisas rapidamente então nós sempre tínhamos tempo extra, o que foi ótimo”, completou.

O jornalista Jeff Sneider chegou a confirmar a informação em seu Twitter. "Coringa parece incrível. Mas não se esforce em rastrear o roteiro e fazer julgamentos sobre isso, já que uma fonte muito bem posicionada me disse que ele foi reescrito quase todas as manhãs no set", escreveu.

Falta de relação com outros filmes da DC Comics

O diretor Todd Phillips revelou ao Empire que Coringa não foi inspirado nas HQs da DC e que o foco do filme será mostrar como alguém comum pode se transformar em um monstro como o Coringa.

“Não seguimos nada das histórias em quadrinhos, o que vai deixar as pessoas bravas. Escrevemos nossa própria versão de como um cara como o Coringa poderia surgir”, disse. ”É isso o que torna interessante para mim. Não estamos nem mesmo fazendo o Coringa, mas a história de se tornar Coringa. É sobre esse homem”, completou.

Phillips também chegou a comentar que o longa não tem relação com nenhum outro fillme do Batman e é um projeto isolado, que não seria possível em um universo compartilhado.

Briga de ator com fãs

Após sofrer ataques de fãs de quadrinhos, o ator Marc Maron foi ao Twitter pedir para que os fãs dos filmes do Universo Cinematográfico da Marvel parassem de agir como fanáticos religosos.

"Ei, fãs de filmes da Marvel! Pare de agir como fanáticos religiosos indignados, defendendo seu sistema de crenças. Tudo bem se eu não acredito. Deixe passar", escreveu. "Além disso, sou realmente grande fã de muita arte em quadrinhos. Tentem relaxar com as suas tendências ", completou.

Ele ainda provocou novamente ao compartilhar o trailer do filme com a legenda. “M***! Isso sim é um filme de gente grande! Vai ser incrível! ”, escreveu. O ator foi respondido pelo jornalista Mo’Kelly, que naõ gostou do comentário.

“É melhor não defecar na mesma base de fãs que quer ver o seu filme, antes que ele seja lançado. Talvez você não se importe, mas todo mundo que faz parte do projeto se importa”, comentou.

Maron respondeu o jornalista com bastante ironia. “Você falou com todo mundo? Você faz parte do projeto? Os fãs vão ficar bem. O filme vai ser incrível. Mas nada de capas ou roupas apertadas. Coisa de gente grande. Tá legal?”, escreveu.

Mo’Kelly então rebateu, criticando a resposta do ator: “Não tá legal. Eu espero que as pessoas falem comigo no Twitter da mesma maneira que eles fariam pessoalmente. Eu não acho que você agiria assim pessoalmente.”, comentou. “Eu tenho certeza que não agiria assim. Estou um pouco estressado ultimamente. Desculpe”, respondeu Marcon.

Joaquin Phoenix sai de entrevista após pergunta polêmica

Enquanto conversava com vários veículos de imprensa, Joaquin Phoenix abandonou uma entrevista sobre seu o filme ao ser questionado sobre a violência do longa por Robbie Collin, repórter do The Telegraph.

O jornalista quis saber se ele “estaria preocupado que esse filme possa perversamente terminar inspirando exatamente o tipo de pessoa que Coringa retrata, com resultados potencialmente trágicos” e o ator se incomodou com a pergunta. “Por que você não…? Não, não”, afirmou antes de se retirar da entrevista.

Joaquim chegou a voltar uma hora depois, após conversar com os agentes da Warner Bros., mas não respondeu a pergunta anterior e se desculpou com o crítico ao dizer que a pergunta “nunca passou lela dua cabeça”.

Não vai ser exibido em cinema de Aurora

Segundo o TheHollywood Reporter, Coringa não vai ser exibido no cinema de Aurora, nos Esatdos Unidos, onde houve um massacre que deixou 12 mortos em uma sessão de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

No caso, um homem visivelmente alterado, dizendo ser o Coringa, invadiu a sala de cinema no dia 20 de julho de 2012 com um fuzil AR-15. Além dos 12 mortos, mais de 70 pessoas ficaram feridas.

Os familiares das vítimas demonstraram preocupação com a abordagem da violência no novo filme e pediram através de uma carta à Warner Bros. que o estúdio conscientizasse o público sobre o uso de armas.

"Nós estamos pedindo que vocês usem as suas gigantescas plataforma e influência para se juntar a nós para construir comunidades mais seguras e menos armas", diz a carta, assinada por familiares de quatro jovens mortos em Aurora.

++ Diretor Todd Phillips rebate críticas ao filme Coringa: "A indignação é uma mercadoria"

Risco de ataques em sessões

O Exército dos Estados Unidos foi notificado oficialmente pelo FBI que algumas postagens em redes sociais de extremistas que se definem como "incels" - celibatários involuntários - são um alerta para possíveis atentados nas sessões do filme.

Alguns sites afirmaram que um e-mail foi enviado com instruções para possíveis confrontos em salas de cinema, mas representantes do exército afirmam que esse é um procedimento padrão e não há nenhuma operação específica sendo planejada.