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Cinema / Correção

Francis Ford Coppola tira dinheiro do próprio bolso para restaurar filme e incluir cenas cortadas por racismo

Quando ele estava produzindo Cotton Club, em 1984, os financiadores alegaram que o filme tinha "muitas histórias negras"

Redação Publicado em 12/09/2019, às 15h59

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Cena do filme Cotton Club, de Francis Ford Coppola - Divulgação/MGM
Cena do filme Cotton Club, de Francis Ford Coppola - Divulgação/MGM

Aos 80 anos, o cineasta Francis Ford Coppola decidiu reeditar e relançar o filme Cotton Club, de 1984. O motivo? Ele sempre se arrependeu de ter cortado cenas importantes do longa. 

Em entrevista para a revista Vanity Fair, Coppola revelou que os financiadores do filme, na época, alegaram que o corte dele estava muito longo e incluía uma narrativa muito grande para os personagens negros.

"O filme é muito longo. Muitas histórias negras. Muito sapateado. Muitos números musicais", disseram a ele, recordou o cineasta. "Foram dicas de como melhorar o filme e foi o que eu tentei fazer."

Coppola, porém, sempre se arrependeu, desde o momento do lançamento do longa, em dezembro de 1984. Agora, quase 35 anos depois, ele desembolsou 500 mil dólares do próprio bolso para reeditar o filme. 

De acordo com o Deadline, o cinesta chegou a pedir para a MGM reconstruir o filme, mas o estúdio se recusou.

Com o seu próprio dinheiro, Coppola vasculhou os arquivos da MGM em busca da gravação original, porém, não encontrou. No entanto, uma cópia foi encontrada e restaurada. 

Inicialmente, a ideia do cineasta, que agora vai poder ser vista colocada em prática, era mostrar dois personagens principais, um branco e um negro, e a realção deles com suas famílias e com a casa noturna Cotton Club. O filme é ambientado no Harlem, em Nova York, nos anos 1930. 

Na versão lançada, porém, a história do filme ficou centrada apenas no personagem Dixie Dwyer, vivido por Richard Gere. Na nova versão, que possui de 25 a 30 minutos a mais, foram incluídas mais cenas do personagem do ator Gregory Hines e mais números musicais. 

"Eu não acho que na versão lançada do filme você realmente entende o que está acontecendo entre os negros, os brancos e os gângsters", ele explicou ao Deadline

Coppola agora vai estrear o novo corte de Cotton Club no Festival de Cinema de Nova York, no dia 5 de outubro.