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Famosos / CASO GRAVE

Marília Mendonça é acusada de transfobia e pede desculpas: "Não me justificarei"

Cantora fez comentários sobre pessoas LGBTQIA+ durante live no último sábado (8)

Redação Publicado em 10/08/2020, às 10h15

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Marília Mendonça foi acusada de fazer comentários transfóbicos durante live realizada no sábado (8) - mariliamendoncacantora/Instagram
Marília Mendonça foi acusada de fazer comentários transfóbicos durante live realizada no sábado (8) - mariliamendoncacantora/Instagram

A cantora Marília Mendonça se desculpou, na manhã desta segunda-feira (10), após fazer comentários transfóbicos durante uma live no último sábado (8). Em vídeo divulgado nas redes sociais, a cantora conta uma história sobre um dos colegas de banda ter beijado "a mulher mais bonita da vida dele" em uma boate LGBTQIA+ de Goiânia, cercada de risadas, ao que um músico presente comenta: "Era mulher mesmo".



Antes de começar a cantar a música Sensível Demais, da dupla Chrystian & Ralf, um dos músicos comenta uma história por trás de uma música, mas Marília diz não se lembrar de nada. Quando termina de cantar, ela volta ao assunto:

"Eu acho que tô lembrada, foi quando um integrante nosso falou que tocava num lugar? Quem é de Goiânia lembra da boate Diesel, que tinha aqui em Goiânia", diz, referindo-se a uma boate LGBTQIA+ local. "E aí não vou falar quem e nem vou falar o porquê, vou ficar calada. Quem lembra da boate Diesel, lembra da boate Diesel. Disse... que lá foi o lugar que ele beijou a mulher mais bonita da vida dele. É só isso. O contexto vocês não vão saber."

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Os músicos riem e o guitarrista do grupo complementa a fala de Marília: "Era mulher mesmo", fazendo outro músico comentar: "Calma, ninguém falou nada". Juntando as peças, internautas começaram a acreditar que a cantora falava de uma mulher trans e foi acusada de transfobia.

Bruna Andrade, mulher trans e ativista, fez um vídeo comentando a atitude da sertaneja: "Primeiro queria perguntar qual a graça de existir uma boate para o público LGBT? As risadas são de deboche", diz. "Eles estavam debochando de um amigo que ficou com uma menina trans. Quando terminei de ver, fiquei me perguntando onde estava a piada. Qual a graça de um cara se relacionar com uma menina trans?"

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"Foi muito duro ver minha musa falar que qualquer cara que demonstra afeto por mim é chacota. Ou seja, não sou digna de ser amada, receber carinho? Todo relacionamento que eu tiver vai ser vergonha, vai ser engraçado?", continuou Bruna, alegando estar decepcionada com a cantora. "Isso tem um desdobramento muito pior, isso gera violência, isso era assassinato".

Segundo o Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras, produzido pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e divulgado em janeiro deste ano, o Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Apenas em 2019, foram 124 mortes resultantes de crimes de ódio. O México vem atrás, com 65 mortes no mesmo período, e, em terceiro lugar, os Estados Unidos, com 31 mortes. Confira o vídeo de Bruna:

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No vídeo eu mostro um exemplo claro de como a transfobia é naturalizada na nossa sociedade.

Uma publicação compartilhada por Bruna Andrade (@bru__andrade) em

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No Twitter, sem se prolongar muito sobre o assunto, Marília Mendonça se desculpou pelos comentários feitos durante a live: "Pessoal, aceito que fui errada e que preciso melhorar. Mil perdões. De todo o coração. Aprenderei com meus erros. Não me justificarei", escreveu.