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News / CRIME

Menina de 10 anos entrou em hospital no porta-mala, enquanto médico distraía religiosos, diz jornal

Um grupo de religiosos e parlamentares da bancada evangélica tentou impedir entrada da menina no hospital

Redação Publicado em 18/08/2020, às 17h55

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Grupo tentou impedir entrada da criança no hospital - Reprodução/Twitter
Grupo tentou impedir entrada da criança no hospital - Reprodução/Twitter

A menina do Espírito Santo de 10 anos, vítima de seguidos estupro,precisou viajar de outro estado para fazer valer seu direito a um aborto. Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, ela também teve que se esconder no porta-malas de um carro para entrar no hospital de Recife, Pernambuco, enquanto o médico e diretor da unidade, Olimpio Moraes, atraía para o portão principal religiosos e políticos, que se dividiam e bloquearam todas as entradas para impedir a garota de realizar o procedimento.

A perseguição começou ainda no aeroporto, onde anotaram a placa do veículo que a menina estava, contou o obstetra Olimpio ao jornal Tribuna Online. "Esse era um caso diferente. Quando eu soube do vazamento dos dados, fui pro hospital e quando cheguei estava aquela confusão. Ficamos com medo de ela não conseguir entrar. Criamos uma distração para tirar a atenção e o carro passar escondido. Ninguém viu", contou o médico, que ouviu gritos de "assassino", "aborteiro", "demônio", "por que o senhor não mata seus filhos?".

+Leia mais: Justiça autoriza aborto de menina de 10 anos estuprada pelo tio

A polícia chegou depois que a menina já havia conseguido entrar na unidade, mas conseguiu impedir que cerca de 200 ativistas católicos e parlamentares da bancada evangélica invadissem o hospital no domingo (16).

Quem divulgou informações sobre a menina e a unidade onde o aborto, que em casos de estupro é legalizado no Brasil, seria realizado, foi a extremista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter.

Por conta disso, ela pode ser investigada por violações à Constituição Federal, ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e ao Código Penal, bem como o funcionário que deixou a informação vazar.