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“Manhãs de Setembro” foge do estereótipo e reflete sobre transexualidade, família e afeto | #CineBuzzIndica

Estrelada por Liniker, série nacional estreia nesta sexta (25) no Amazon Prime Video

Camila Gomes | @camilagms Publicado em 25/06/2021, às 07h30

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Estreia de Liniker como atriz, série “Manhãs de Setembro” reflete sobre transexualidade, família e afeto - Divulgação/Amazon Prime Video
Estreia de Liniker como atriz, série “Manhãs de Setembro” reflete sobre transexualidade, família e afeto - Divulgação/Amazon Prime Video

“Manhãs de Setembro” marca a estreia de Liniker como protagonista de uma série. Na produção do Prime Video, ela vive Cassandra, uma mulher trans negra, que trabalha como entregadora de aplicativo e acaba de adquirir própria quitinete. Aos poucos, ela conquista a independência e o espaço que sempre sonhou e celebra cada uma de suas conquistas ao lado do namorado, Ivaldo (Thomás Aquino), mas pode colocar sua liberdade a perder quando Leide (Karine Teles) aparece em sua porta com Gersinho (Gustavo Coelho), que ela afirma ser fruto do envolvimento que tiveram no passado.

Sentindo-se perdida e com medo de criar um filho, do compromisso amoroso, de perder a independência e a liberdade que lutou para conquistar, ela busca refúgio nas músicas de Vanusa. Para ela, a mulher que ousou compor e cantar no Brasil dos anos setenta, muito à frente do seu tempo, não foi só uma cantora, mas um porto-seguro também. E por isso, ela afirma: “Vanuza também é close”.

“O que mais me atraiu no roteiro foi a possibilidade de criar um imaginário real de uma pessoa trans tendo em vista o país e sociedade que a gente vive e todas as formas de violência que uma pessoas trans e pessoas pretas passam”, contou Liniker em conversa com a imprensa. “Constituir e criar uma personagem a partir do ponto de vista da rede de afeto foi uma das coisas que mais me emocionou pela primeira vez. De poder criar uma personagem que tinha relação humana e relação social. (…)A gente poder olhar uma personagem que tem uma casa e é uma travesti, já significa muito.”

“Ter uma representatividade tão humanizada, tão complexa, pautada pelo afeto, pela família, pelo amor, tudo isso gera esperança, né? É um sentimento que a gente precisa muito enquanto sociedade hoje. Gera a sensação de que é possível ser quem a gente é“, disse a roteirista Alice Marcone.

Ainda segundo a escritora, é de extrema importância ter diversidade de elenco e de equipe nas produções para entregar um produto final sem ter estereótipos em sua narrativa, por isso a representatividade da série está presente em frente e por trás das câmeras. “É uma estratégia criativa que vai gerar produtos inovadores”, afirmou.

“Essa série chega nos lares dos brasileiros e do mundo, trazendo realidades que sempre foram marginalizadas e que sempre tiveram muito excluídas dessas pessoas. Ao construir uma ideia de família e de afeto, a gente se relaciona com a sociedade como um todo, a gente cria sim inclusão, a gente cria afeto. E a gente transforma o mundo a partir disso”, acrescentou.

Josefina Trotta, que também assina o roteiro da produção, acredita que “Manhãs de Setembro” tem o poder de abrir portas para novas narrativas ganharem espaço no mercado. “A série tem uma protagonista que, além de ser uma mulher negra e trans, é uma mulher independente financeiramente, num relacionamento amoroso estável, com uma rede de afeto sólida. É um diferencial para outros tipos de representação da mulher trans no audiovisual”, finalizou.