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Cinema / QUASE 50 DEPOIS

Academia do Oscar se desculpa por tratamento dado a indígena na cerimônia de 1973

Sacheen Littlefeather será convidada de honra em celebração indígena organizada pelo Museu da Academia

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 15/08/2022, às 15h28

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Academia do Oscar se desculpa por tratamento dado a indígena na cerimônia de 1973 - Divulgação/One Bowl Productions/Getty Images: Valerie Macon
Academia do Oscar se desculpa por tratamento dado a indígena na cerimônia de 1973 - Divulgação/One Bowl Productions/Getty Images: Valerie Macon

A indígena Sacheen Littlefeather retornará à Academia do Oscar quase 50 anos após ter sido insultada e vaiada no palco da cerimônia de 1973. Fora do palco, ela chegou a ser ameaçada de prisão e agressão física.

Ela será convidada de honra para uma noite de reflexão no Museu, apresentando algo que ela nunca ousou imaginar: um pedido formal de desculpas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Fiquei atordoada. Eu nunca pensei que viveria para ver o dia em que ouviria isso, vivenciar isso”, disse Littlefeather, agora com 75 anos, ao The Hollywood Reporter, ao receber a declaração da Academia. “Quando eu estava no palco, em 1973, fiquei lá sozinha.

Naquela época, em um momento histórico do Oscar e na história da televisão ao vivo, Littlefeather de 26 anos subiu ao palco para recusar o prêmio de Melhor Ator em nome de Marlon Brando por seu papel em "O Poderoso Chefão".

Ela tinha duas promessas a cumprir: não tocar na estatueta (instruções de Brando) e manter seus comentários em 60 segundos (uma ordem do produtor do programa Howard Koch, que disse a Littlefeather minutos antes da entrega do prêmio que ele tinha seguranças para prendê-la caso ela passasse do tempo).

[Brando] lamentavelmente não pôde aceitar este prêmio tão generoso”, disse Littlefeather em seu discurso improvisado de não aceitação, sabendo que não teria tempo para ler as oito páginas datilografadas do ator de comentários preparados.

E as razões para isso são o tratamento dos indígenas americanos pela indústria cinematográfica [o público começa a vaiar] – com licença – e na televisão em reprises de filmes, e também com acontecimentos recentes em Wounded Knee.

Um mês antes da cerimônia, a organização ativista American Indian Movement havia ocupado a cidade de Wounded Knee, em Dakota do Sul, para protestar contra os maus-tratos aos nativos americanos.

O discurso de 60 segundos de Littlefeather resultou em uma reação. Ela afirma que, nos bastidores, John Wayne teve que ser impedido de invadir o palco para atacá-la fisicamente.

Littlefeather, que chegou a atuar em alguns filmes antes de promover o seu discurso, diz ainda que o governo federal norte-americano ameaçou fechar qualquer talk show ou produção que a colocasse no ar.

O abuso que você sofreu por causa dessa declaração foi injustificado”, escreveu o então presidente da Academia, David Rubin, na carta de desculpas da organização, datada de 18 de junho.

"A carga com que você viveu e o custo para a sua própria carreira em nossa indústria são irreparáveis. Por muito tempo, a coragem que você mostrou não foi reconhecida. Por isso, oferecemos nossas mais profundas desculpas e nossa sincera admiração.

O pedido de desculpas será lido na íntegra em um evento no Museu da Academia, no dia 17 de setembro, em homenagem a Littlefeather.

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